Tarcísio determina mobilização total de policiais para encontrar assassinos de ex-delegado-geral executado em emboscada

  • 15/09/2025
(Foto: Reprodução)
Ruy Ferraz Fontes foi executado a tiros em Praia Grande, SP Prefeitura de Praia Grande e Reprodução O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), determinou que a Polícia Civil se mobilize por completo para chegar aos assassinos do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes, executado nesta segunda-feira (15) no litoral paulista. “Estou estarrecido. É muita ousadia. Uma ação muito planejada, por tudo que me foi relatado. O delegado Ruy percebeu que estava sendo atacado, tentou escapar da emboscada, mas foi covardemente assassinado”, disse o governador. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 SP no WhatsApp A força-tarefa, segundo Tarcísio, envolverá o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e o Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), principalmente. Ambos os departamentos contam com policiais que têm muitos informantes no crime organizado e que podem ajudar a elucidar a execução de Ruy. “Conversei com o delegado-geral de polícia [Artur Dian], com o procurador de Justiça do estado [Paulo Sérgio de Oliveira e Costa] e pedi que todos se mobilizem e trabalhem juntos. Queremos o máximo empenho para encontrar os assassinos e entender a motivação do crime”, afirmou. LEIA TAMBÉM: Ex-delegado-geral da Polícia Civil executado no litoral atuou há mais de 20 anos na prisão de Marcola e no combate ao PCC Derrite diz que será criada força-tarefa para prender assassinos de ex-delegado-geral da Polícia Civil Delegado Ruy Ferraz Fontes é executado a tiros no litoral de SP; VÍDEO O governador diz que esta é a prioridade máxima da polícia do estado a partir de agora. “Temos que dar uma resposta para a família do delegado em primeiro lugar e para a sociedade. Tenho certeza de que os assassinos serão encontrados e tudo será esclarecido o mais rapidamente possível.” Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que "lamenta, com profundo pesar, a morte do delegado Ruy Ferraz Fontes, ocorrida nesta segunda-feira (15), em Praia Grande, vítima de um atentado no bairro Vila Mirim". O diretor do Deic, Ronaldo Sayeg, telefonou para o diretor da Polícia Civil na Baixada Santista colocando toda a estrutura do órgão à disposição dos investigadores. Ele também marcou reunião de emergência com a equipe para colaborar nas investigações. O delegado-geral, Artur Dian, que foi para Praia Grande, informou que o DHPP é quem oficialmente vai cuidar da investigação. “É o nosso departamento que apura homicídios. Nada mais correto que seja o DHPP. Agora, todos os policiais civis do estado estão de certa forma convocados para ajudar nas apurações." Ele destacou que a ação dos assassinos foi muito bem planejada. “Colete à prova de balas, uso de fuzil. Emboscada. Eles foram para cima do Ruy com a certeza d que iriam matá-lo. E infelizmente conseguiram”. Ninguém aposta neste momento sobre qual pode ter sido a motivação. Ruy Fontes era odiado pelo PCC por todo o histórico da atuação dele contra a facção criminosa. Por outro lado, ele estava à frente atualmente de uma secretaria importante na Prefeitura de Praia Grande. “Ele pode ter 'batido de frente' com interesses os mais diversos”, afirmou à TV Globo um delegado de polícia que trabalhou muitos anos com o ex-delegado-geral. Praia Grande é uma das cidades do litoral paulista em que boa parte dos criminosos procurados em São Paulo costuma se refugiar. O crime organizado também investe fortemente no mercado imobiliário da cidade. “Foi muito arriscado o dr Ruy ir trabalhar numa cidade tão problemática, sob o ponto de vista da presença de integrantes do PCC e de interesses os mais diversos”, informou à TV Globo um diretor da Polícia Civil. Infográfico - Dr. Ruy Ferraz é morto a tiros em praia Grande Arte/g1 Quem era o ex-delegado-geral O ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, de 68 anos, assassinado a tiros na tarde desta segunda-feira (15) em Praia Grande, no litoral paulista, atuou há mais de 20 anos na prisão de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, e no combate ao Primeiro Comando da Capital (PCC) no estado. As autoridades ainda não sabem quem matou o ex-delegado e qual foi o motivo do crime. Duas hipóteses estão sendo consideradas no momento para explicar o homicídio de Ruy: Vingança do PCC em razão da atuação histórica da vítima contra os chefes da facção; Reação de criminosos contrariados pela atuação dele à frente de Secretaria de Administração da Prefeitura de Praia Grande. O atual delegado-geral, Arthur Dian, deixou a capital paulista e foi para o litoral para participar das investigações iniciais. Câmeras de segurança gravaram o momento em que criminosos em um carro perseguem o veículo da vítima, que bate em um ônibus. Em seguida, o grupo desembarca do automóvel e atira em Ruy (veja vídeo nesta reportagem). Delegado Ruy Ferraz Fontes é executado a tiros em Praia Grande, SP A morte de Ruy foi confirmada pela Prefeitura de Praia Grande, onde ele comandava a pasta de Administração desde 2023. Antes, no entanto, ele foi uma das autoridades mais atuantes diante da facção criminosa e de seu chefe, Marcola. "Estou em choque, fui o último a falar com ele [por telefone]", disse ao g1 Marcio Christino, ex-promotor que atuou no combate à facção e seus chefes, no início dos anos 2000, com Ruy, que à época era delegado no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), na capital paulista. Atualmente, Christino é procurador de Justiça. Christino chegou a mencionar a atuação de Ruy como delegado contra o Primeiro Comando da Capital no livro "Laços de sangue: A história secreta do PCC", que escreveu com o jornalista Claudio Tognolli. Foram mais de 40 anos como policial. Ruy comandou a Polícia Civil paulista entre 2019 e 2022, quando foi indicado pelo então governador João Doria, à época no PSDB. Ele também atuou no DHPP, no Departamento Estadual de Investigações contra Narcóticos (Denarc) e no Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap). "[Ruy] foi uma das pessoas que prendeu o Marcola ao longo da história do PCC, que esteve passo a passo nesse enfrentamento ao PCC, e ser executado dessa maneira. Isso mostra, infelizmente, o poderio do crime organizado, a falta de controle que o crime organizado tem dentro do Brasil, dentro do estado de São Paulo. É uma ação extremamente ousada", disse Rafael Alcadipani, professor da Faculdade Getulio Vargas e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Formado em direito pela Faculdade de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, Ruy se tornou delegado depois e começou a investigar o PCC no início dos anos 2000. Quando esteva no Deic, participou das prisões de alguns dos chefes da facção, incluindo Marcola, por tráfico de drogas, formação de quadrilha e outros crimes relacionados ao grupo criminoso. Ex-delegado-geral de SP é assassinado no litoral de SP Em 2006, ele e sua equipe de policiais indiciaram Marcola e a cúpula do Primeiro Comando da Capital. Segundo Christino, ele, Ruy e todas as autoridades, sejam elas do MP ou da polícia que atuaram no combate à facção, já foram ameaçadas antes pelo PCC. "Ele [Ruy], eu e todos que trabalharam naqueles casos, inclusive nos ataques de 2006." Criminosos fogem após executar o delegado Ruy Ferraz Fontes no litoral de São Paulo Reprodução Em 2006, ordens do PCC de dentro das cadeias determinaram uma série de ataques contra agentes de segurança pública devido à decisão do governo paulista de transferir as lideranças da facção, incluindo Marcola, para o presídio de segurança máxima de Presidente Venceslau, no interior do estado. Indagado se Ruy lhe contou se estava recebendo ameaças recentemente, Christino respondeu que "não".

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/09/15/tarcisio-determina-mobilizacao-total-de-policiais-para-encontrar-assassinos-de-ex-delegado-geral-executado-em-emboscada.ghtml


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